Mulheres da Casa Museu de Arte participam de live
do Conselho Municipal dos direitos da mulher de Ribeirão das Neves

Live do Conselho de direitos da mulher

A Casa Museu de Arte tem um especial apreço pela questão da condição feminina na sociedade. É um projeto da equipe criar, dentro do espaço do Museu, uma trilha a fim de conectar várias obras em exposição, numa reflexão sobre o tema. Isso porque a discussão sobre a condição social da mulher, perpassa várias das ações do Museu.

No ciclo de palestras intitulado: Literaturas Fundadoras do Ocidente, a conferência de abertura abordou justamente o tema da mulher com o título: Cântico dos cânticos: A poesia e a negritude feminina. Depois discutiu-se a condição de Eva no Gênesis, o livro de Esther e tivemos também uma palestra dedicada à Maria Madalena. Os debates que ocorreram nessas conferências foram muito importantes para explicitar a forma como essas personagens bíblicas influenciaram e ainda influenciam enormemente a nossa formação cultural, em suas relações com o patriarcado e com os preconceitos de que nós mulheres somos vítimas.

A Casa Museu tem também uma exposição de fotografias de três mulheres, daqui de Ribeirão das Neves. Nessas fotografias, Ariany, Carmem e Vani mostram um pouquinho do seu cotidiano… no trabalho, em casa, na rua, cada uma dessas mulheres mostra um pouco da sua singularidade. Daí o nome: “mulheres singulares’.Essa exposição resultou também na construção de um fotolivro.

Uma outra obra, um audiovisual, que podemos citar também e que se debruça sobre a temática é o vídeo: “O que é uma mulher”. Esse vídeo é uma leitura, em voz alta, de 5 contos com personagens femininas. Nesses contos, a vida de 5 mulheres é apresentada. Seus sonhos, esperanças, dificuldades, etc… O anseio romântico de encontrar o amor da sua vida e os encontros, muitas vezes decepcionantes, com os homens, a necessidade de trabalhar para se sustentar e os desafios da maternidade; esses problemas tão presentes na vida das mulheres na contemporaneidade.

É cada vez mais difícil para uma mulher atender às demandas de uma sociedade que a quer sempre bonita, bem cuidada, jovem, fresca, mas também exige que ela tenha sucesso econômico que se reproduza e que crie bem os seus filhos.

Mas a mulher, na Casa Museu, aparece também rompendo barreiras, e se afirmando em territórios antes exclusivamente masculinos, como o caso do futebol de várzea que é uma exposição de belíssimas fotografias que retratam mulheres jogando futebol, enviadas pela Lívia Couto.

E a mulher aparece ainda em quadrinhos, criticando a sociedade machista que reduz seu lugar, ao lugar de cuidar da casa e dos filhos, excluindo-a dos círculos de produção do pensamento.

Embora os movimentos feministas tenham alcançado muitas conquistas, nos últimos anos, eu acredito que não é hora de baixar a guarda porque todas essas conquistas podem se perder com as novas ondas reacionárias que atravessam o mundo.Acho que ser mulher é ter que se afirmar cotidianamente, é estar sempre em luta pela própria liberdade, pela liberdade de nossas irmãs, nossas mães e nossas filhas. E a Casa Museu de Arte se coloca como parceira de todas as mulheres nessa luta.